O acaso nem sempre é o acaso.
Mas caso você acredite em acaso, eu quero te contar
um caso feliz do acaso...
Eu me reconstruía como um grande prédio que fora,
sem aviso, demolido;
Juntava pedaços que nem sabia se encaixavam, mas tentava;
longos meses de tristeza com a carne tremula de dor;
a lágrima sangrava na sua cor, o espaço de dentro não me cabia,
o de fora nem existia; um vazio sem fim e eu implodia.
Caminhava a passos tortos e turvos, nebulosos
e indagados de perguntas sem respostas e dores sem remédios.
Mas com uma sede de me recuperar...
Senti uma alegria na alma, sorri para eles e ficamos ali.
Começamos um assunto que nem me lembro,
mas nunca me esqueço do dia.
A gente continuou a se ver, a conversar, a estreitar,
a soltar balões, viajar nos sonhos, inventar personagens,
coreografias, nos divertimos com nada, mas o nada também
tem diversão pra gente.
A gente se belisca, indaga, brinca com plástico bolha,
ri e gasta fita adesiva, muitas fitas rsrsrsrsrsrs...
Somos sócios... amor a gente doa; as risadas e
as muitas gargalhadas, daquelas de doer o maxilar e a barriga,
de perder o fôlego, a gente nunca economiza;
come pastel no Adão, sem motivo aparente de comemoração.
A gente tem sintonia, cumplicidade, choros, alegrias e diversidade.
Mas se o assunto é sério, segredos a gente guarda.
Amigo de alma puxa a orelha, dá dura, tem cópia de sua chave,
acesso ao seu computador, fala na cara
tudo que precisa, mesmo pedindo desculpas se esta pegando pesado.
E também ri na sua cara. Toma banho de chuva na praça.
Ah! nos somos coloridos.
Playmobil, Smurfete e Comandos em ação: esses são nossos apelidos.
Meus amigos de alma são grandes arquitetos que ajudaram a me reconstruir.
Meus amigos de alma são dois que vejo em um...
e em um grande encontro de nossas almas.