Jaqueline Winter - Ardentes Pedaços de Mim

Todos os Direitos Reservados. * Espaço de arte, poesia, eventos, notícias, Eu, Você, Nós! Contato E mail: jaquewinter@hotmail.com

terça-feira, 5 de julho de 2011

Sublime.



Cheguei agora 00:41 de um passeio pela noite carioca. Congelante, chuvosa, romântica e deliciosa...
Fui a Praia Vermelha, ali na Urca. Sentir o mar, o frio, a chuva fina, refletir sobre o meu atual trabalho no Teatro, agradecer a vida o quanto tantos estão sendo generosos comigo. Os daqui da terra e do além, do andar de cima, do sublime. Ah e também pra ver o pássaro da perninha torta que tem lá. Charlotte comigo, claro.
Pensei em várias coisas e ria, enquanto ela corria enlouquecida de alegria na grama, na terra e fazendo amizades. E Chopin só olhando...
Tudo bem, o mundo é competitivo, as pessoas correm desesperadamente cada uma buscando seu lugar ao sol. Beleza... mas se esquecem de coisas muito simples e delicadas, como por exemplo: o quanto aquela pessoa foi inteira pra mim, mas no momento presente, ela por motivos pessoais, ou ainda por motivos alheios a sua vontade não o pode ser agora. PRONTO basta para que o outro a desdenha, a ignora, fale mal, suje a imagem de quem tanto foi legal.
É assim gente, muita gente é assim... Eu tenho é pena destas pessoas;
Sinto saudades das cartas enviadas pelo correio, dos telefonemas sem nada de interesse, só pra saber: você esta bem? E por falar nisso enviei hoje uma carta a minha mãe, minha vó e vô. Vai chegar por ai, fiquem olhando a caixinha do correio rsrsrs.
- O mais sublime é o que não se toca,
- Pensamento: mas a carta pelo correio se toca e é sublime.
- Tá. Mas eu estou falando de outro sublime;
- Pensamento: tudo bem, não vou te cortar com minhas piadas e bom humor agora, prossiga.
- Agradeço. O mais sublime é o que não se toca, é o sensível que poucos tem acesso, e por preguiça, pois todos podem ter esse acesso. É compartilhar um café no fim do dia; uma volta até a esquina; uma ida a fábrica de biscoitos; ou ao mercado pra comprar um vinho, um pão de queijo, um shampoo; as histórias que choramos de rir, choramos de emoção.
E por falar em nó na garganta, uma amiga que amo, sem o tal do motivo aparente, me fez ficar assim com um nó na goela quando me contou um fato delicado, mas cheio de emoção. Não irei relatar aqui, mas hoje ao pegar o metrô me lembrei e fiquei com água nos olhos e com meu olhar fixo olhando a porta que se fechou. O tal fato no metrô.
É isso que vale a pena... um fato sensível, uma conversa, um lanche, um lance, uma boa peça teatral, uma pizza em Santa Teresa, um passeio com nosso cão, ou com o cão alheio se você não tem um. Mas olha, vale a pena ter e como vale né Charlotte? Um telefonema para quem a gente ama, gosta, curte, se diverte, se preocupa.
Vou tomar um chocolate quente, relaxar e dormir.
Te beijo.